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Através de um acordo, Brasil e Japão concordaram em simplificar o procedimento de pedido de visto de negócios e estender o período de validade. Isso já acontecia com alguns países. O pedido é antigo e começou a tomar forma este ano nos recentes encontros entre os ministros das relações exteriores, na época, Takeaki Matsumoto e Antonio Patriota.
“Mantemos com Austrália, Canadá e Índia, visto de negocios, acordos para concessão de visto de negócios de até cinco anos, e no caso da China e do México, vistos de negócios de até três anos, no qual o Japão agora se inclui”, explica Carlos Alberto Lamback, Consulado-Geral do Brasil em Tokyo.
Os vistos para negócios que tinham duração de 90 dias vão passar a valer três anos. A medida, prevista para entrar em vigor em janeiro, deverá facilitar a vida dos executivos japoneses que não precisarão mais ir reiteradas vezes ao consulado para validar o visto.
“E também aliviam os consulados brasileiros no Japão, que assim ficam com mais disponibilidade para atender questões da comunidade, ao invés de estarem tão demandados por pessoas pedindo visto, que aliás é um bom sinal”, afirma o embaixador do Brasil, Marcos Galvão.
O número de vistos para negócios vem aumentando com o crescente interesse de investidores pelo Brasil. “Nós também temos recebido crescentemente delegaçoes asiáticas no Brasil. Mostram que as duas regiões vão estar crescentemente relaciondadas e com cooperação financeira econômica”, diz Sérgio Foldes, do BNDS (Banco Nacional de desenvolvimento econômico e social).
Eventos como o Best Brasil é um dos termômetros. O evento é realizado desde 2004 pela Brain, entidade que reúne a iniciativa privada e diversos órgãos do governo para consolidar o Brasil como pólo internacional de investimentos e negócios. O objetivo é mostrar aos investidores como é o mercado brasileiro e suas características.“Já falamos com mais de 5 mil investidores, e isso faz com que o fluxo de capitais para o Brasil aumente, porque aumenta o conhecimento dos investidores estrangeiros sobre o Brasil”, conta Pedro Guerra da Brasil Investimentos & Negócios.
Com a crise na zona do euro, ficou até mais fácil de atrair os japoneses. “Vejo essa crise muito mais como uma oportunidade para o Brasil se diferenciar, vantagem de se aplicar no Brasil, do que a gente ser prejudicado pela crise”, analisa.
A Copa em 2014 e as Olimpíadas no Rio também são argumentos fortes para ir pro Brasil.
“Além disso, as empresas japonesas que já tem uma presença no Brasil, tem anunciado novos planos de investimentos, estão muito interessadas em obras de infraestrutura brasileiras, e mesmo empresas que não tinham investimentos significativos, estão já realizando investimentos”, complementa Foldes.
Agora, com o acordo do visto, os negócios podem se acelerar. O Brasil quer mostrar aos investidores que as portas de entrada estão sem travas.
